sexta-feira, 6 de março de 2009

Sigilo da fonte?

Cansado de procurar por boas fontes informativas sobre a cidade de Canguaretama “parei, pensei, filosofei”... Pesquisei sobre o assunto na Internet e descobri um cara chamado Myself que sabia muita coisa sobre essa cidade. Logo-logo estabelecemos contato e amizade (temos bastante afinidade) conversamos por e-mail e ele me contou sobre coisas que eu não sabia e que há muito tempo cogitava em descobrir. Falávamos principalmente sobre política e sobre todas as suas implicações sociais e econômicas. Quando se fala de política dificilmente deixa-se de mencionar a educação, a saúde, o saneamento básico, as leis e os costumes, dentre tantos outros assuntos que esse tema provoca e evoca. Política parece ser um termo genérico para designar as facetas das relações humanas, ou pelo menos boa parte delas, das que sugerem civilidade. Tratarei de mencionar aqui tudo o que descobri sobre a cidade.

Saudações de uma Penha antiga


A Prefeitura Municipal de Canguaretama 2009 começa a sua “nova” gestão divulgando em seu web site (http://www.pmcanguaretama.com.br/) os nomes dos secretários e dos respectivos cargos que ocupam. Até essa sexta-feira, 06 de março de 2009, as únicas informações que podiam ser visualizadas no “site” versavam sobre ações da Secretaria de Meio Ambiente (SEMUMA) na chamada “Operação Bem-Estar”, que estranhamente foi deflagrada somente em Barra de Cunhaú. Dos inúmeros bairros que existem em Canguaretama a SEMUMA escolheu apenas Barra de Cunhaú para concentrar suas ações, evidentemente por causa das pressões dos turistas estrangeiros que habitam por lá e que, como os habitantes brasileiros e canguaretamenses, precisam de sossego.
A poluição sonora concentra-se principalmente nos bairros centrais e próximos ao centro de Canguaretama como na Av. Getulio Vargas, no Sertãozinho, na Praça Augusto Severo, na Lagoa de São João, dentre outros que circundam o centro comercial da cidade. Porém, a SEMUMA parece não ter estabelecido critérios claros para o combate a esse tipo de crime ambiental e deixa a desejar na fiscalização de outras áreas da cidade. O fato de que a atual secretária do meio ambiente possui residência em Barra de Cunhaú também pode indicar e explicar o porquê dessas ações serem concentradas em Barra de Cunhaú, ou pelo menos tornam a ação revestida de suspeitas de parcialidade.
Mais uma vez a secretaria de meio ambiente, dando continuidade a uma tímida atuação da gestão passada, tenta atacar o problema da poluição com medidas paliativas e esparsas. Um exemplo disso foi a entrega do mastro da bandeira do “caranguejo sá” (agora polidamente chamado de caranguejo uçá) para que a atual secretaria continuasse empunhando. Quanto a essa tentativa de preservar o “caranguejo sá” (era assim que eu ouvia os catadores pronunciando) a secretaria poderia então começar corrigindo o erro ortográfico que se encontra no própria página na Internet onde se lê: “Defeso do Caranguejo”. Creio que eles queriam dizer “Defesa”. No entanto, pelo que se entende da portaria municipal nº 01 de janeiro de 2008 é defeso mesmo (proibido) “capturar, transportar, beneficiar, industrializar e comercializar machos e fêmeas” no período do “caranguejo uça (...) que vai de 12 a 17 de janeiro e de 27 a 01 de fevereiro.
O caso do Caranguejo Sá (agora euforicamente chamado por alguns de caranguejo uça) além de demonstrar uma preconceituosa investida contra as tradições e cultura popular, tornou-se um emblemático exemplo e retrato do que foi e do que é a política municipal dessa cidade de Canguaretama.